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Foto do escritorAndréa Caroli

Necessidades Emocionais Básicas: construindo sujeitos mais saudáveis



As experiências nos primeiros anos de vida, estabelecidas entre a criança com os cuidadores primários, com a família e com o mundo, são determinantes para o desenvolvimento saudável.

O bebê, diante de sua própria vulnerabilidade, nasce com uma tendência de proximidade. Esse sistema de vinculação inato, que é chamado de apego, têm como características as necessidades de segurança, proteção e sobrevivência. É fundamental que a criança estabeleça uma conexão recíproca com seu cuidador; uma “base segura”, para que possa desenvolver estabilidade e habilidades de regulação emocional.


A forma como a mãe (principal figura de cuidados) corresponde ou não as necessidades do filho, será determinante na forma como este se relacionará com ela e posteriormente com o mundo.


Nossos primeiros registros de interação com o mundo externo se baseiam no som, no tato, no cheiro, na visão, e fazem parte de nossa memória implícita, em que todas as experiências emocionais e as sensações corporais, em tenra infância, são guardadas.

“A Terapia do Esquema enfatiza a importância da relação entre o suprimento das necessidades emocionais básicas de cada ser humano e o papel dos pais (em especial das mães na tenra infância dos filhos) e da cultura.” (Wainer, 2016).

Dentro dessa abordagem, Jeffrey Young (2008) postula cinco necessidades emocionais fundamentais:

1) Vínculos seguros com pessoas, incluindo segurança, estabilidade, cuidado e aceitação.

2) Autonomia, Competência e sentido de identidade.

3) Liberdade de expressão das emoções e suas necessidades.

4) Espontaneidade e lazer.

5) Limites e autocontrole.


A Terapia do Esquema fundamenta que vivências recorrentes de estresses precoces, situações adversas, o próprio tipo de temperamento, níveis diferentes de atendimento das necessidades emocionais, contextos sociais, o sistema de funcionamento da família de origem (incluindo aspectos transgeracionais) e o vínculo com as figuras principais de cuidado, são preditoras de transtornos mentais na vida adulta.


A partir dos fundamentos da Terapia do Esquema é dado um destaque ao trabalho com os pais, levando em consideração a interação entre eles e os filhos.

O papel da psicoeducação parental vai muito além de estratégias de mudanças comportamentais. Na Terapia do Esquema é conhecida como Coaching Parental. Trata-se de uma compreensão amplificada e sistêmica, pautada na relação pai/mãe e seu filho(s). Leva em consideração vários aspectos: o temperamento singular do(s) filho(s), as fases do desenvolvimento infantil, em que nível as necessidades emocionais básicas vêm sendo ou não atendidas, quais não foram atendidas infância dos próprios pais, como é o estilo parental, quais comportamentos funcionam como “gatilhos” e ativam um modo disfuncional no manejo com os filhos.


Esse trabalho com os pais é executado de forma empática, não julgadora, com uma postura validante, estabelecido num vínculo terapêutico seguro, buscando o atendimento equilibrado das necessidades emocionais presentes na relação pais e filho(s), assim com a identificação e o fortalecimento de habilidades potenciais de cada membro da família.


A consciência desse esquema familiar promove sensibilidade, conexão, mudanças mais eficazes e profundas, em busca de sujeitos saudáveis emocionalmente e capazes lidar com as adversidades da vida de forma adequada.



Referências bibliográficas:


- Wainer ... (et al.) Terapia Cognitiva Focada em Esquemas: Integração em Psicoterapia. Porto Alegre: Artmed, 2016

- Young, J. Terapia do Esquema Guia de Técnicas Cognitivo-Comportamentais inovadoras. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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